AQUI TEM CONTEÚDO DE QUALIDADE: COMPARTILHE!

Publicidade
AmbMerc
12-10-20

Este artigo visa abordar como é feita a coleta e o tratamento de esgoto em grandes cidades. Neste caso, usamos a SABESP - empresa de Tratamento de água e Saneamento do Estado de São Paulo como estudo de caso para definições e exemplos. 

 

COLETA E ESGOTOS


Ao lavar as mãos, tomar banho, lavar as roupas, louças e usar a descarga do vaso sanitário, forma-se o esgoto. O contato com esta água residual pode causar doenças pela quantidade de microorganismos ou resíduos tóxicos que provocam o crescimento de bactérias, vírus ou fungos. Daí a importância dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos, pois eles evitam a contaminação e transmissão de doenças.  Além das questões de saúde, o sistema de coleta e tratamento de esgotos também evita a poluição dos córregos, rios e mares, com a preservação dos recursos hídricos e fontes de abastecimento de água.


COMO FUNCIONA A COLETA DE ESGOTOS

Imagem: site SABESP


Dentro do imóvel, a água, após ser utilizada, passa pelos encanamentos internos e cai em caixas de concreto e/ou inspeção.  Depois, seguem até as ruas onde encontram as redes coletoras. Esse esgoto chega, então, em tubulações de grande porte, conhecidas como coletores-tronco e interceptores, que o transportam até uma estação para que passem por todo o processo de tratamento de esgotos para a retirada de poluentes, antes de que essa água seja devolvida aos cursos d' água. 


TRATAMENTO DE ESGOTOS

Imagem: site SABESP


O tratamento de esgotos consiste na remoção de poluentes e o método a ser utilizado depende das características físicas, químicas e biológicas.

Na Região Metropolitana de São Paulo, o método utilizado nas grandes estações de tratamento é por lodos ativados, onde há uma fase líquida e outra sólida.O método, desenvolvido na Inglaterra em 1914, é amplamente utilizado para tratamento de esgotos domésticos e industriais. O trabalho consiste num sistema no qual uma massa biológica cresce, forma flocos e é continuamente recirculada e colocada em contato com a matéria orgânica sempre com a presença de oxigênio (aeróbio).


O processo é estritamente biológico e aeróbio, no qual o esgoto bruto e o lodo ativado são misturados, agitados e aerados em unidades conhecidas como tanques de aeração. Após este procedimento, o lodo é enviado para o decantador secundário, onde a parte sólida é separada do esgoto tratado. O lodo sedimentado retorna ao tanque de aeração ou é retirado para tratamento específico.  No Interior, além das estações convencionais a Sabesp dispõe de lagoas de tratamento. Já no Litoral, as instalações adotam o método de lodos ativados e em algumas cidades há emissários submarino para lançar os esgotos tratados no mar.


>>> Tratamento de esgotos: FASE LÍQUIDA (PDF)

>>> Tratamento de esgotos: FASE SÓLIDA  (PDF)




TIPOS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS


A empresa de saneamento de São Paulo - Sabesp, estudo de caso deste artigo, adota diferentes processos para tratamento dos esgotos, dependendo do tipo de situação. Saiba como eles acontecem:


LODO ATIVADO

É um tratamento biológico utilizado nas estações de maior capacidade de tratamento. O processo convencional tem como objetivo a remoção da matéria orgânica com uma eficiência de aproximadamente 90% e consiste em duas fases: líquida e sólida. Após o processo de degradação da matéria orgânica nos tanques de aeração e do processo de sedimentação que ocorre nos decantadores secundários, o efluente clarificado é devolvido ao meio ambiente. A fase sólida diz respeito ao tratamento e disposição da massa biológica, chamada de lodo gerada durante o tratamento. Nesta etapa do tratamento são adicionados produtos químicos ao lodo para condicionamento e desaguamento e disposição em centrífugas ou filtros prensas para aumentar o teor de sólidos para transporte e disposição final em aterros sanitários aprovados pelo órgão ambiental. 


REATOR ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE (RAFA)
É um reator fechado. O tratamento biológico ocorre por processo anaeróbio, isto é, sem oxigênio. A decomposição da matéria orgânica é feita por microorganismos presentes num manto de lodo.  
O esgoto sai da parte de baixo do reator e passa pela camada de lodo que atua como um filtro. A eficiência atinge de 65% a 75% e, por isso, é necessário um tratamento complementar que pode ser feito através da lagoa facultativa. 


LAGOA FACULTATIVA

Tem de 1,5 a 3 metros de profundidade. O termo "facultativo" refere-se à mistura de condições aeróbias e anaeróbias (com e sem oxigenação). Em lagoas facultativas, as condições aeróbias são mantidas nas camadas superiores das águas, enquanto as condições anaeróbias predominam em camadas próximas ao fundo da lagoa.  Embora parte do oxigênio necessário para manter as camadas superiores aeróbias seja fornecido pelo ambiente externo, a maior parte vem da fotossíntese das algas, que crescem naturalmente em águas com grandes quantidades de nutrientes e energia da luz solar. As bactérias que vivem nas lagoas utilizam o oxigênio produzido pelas algas para oxidar a matéria orgânica. Um dos produtos finais desse processo é o gás carbônico, que é utilizado pelas algas na sua fotossíntese. Este tipo de tratamento é ideal para comunidades pequenas, normalmente situadas no Interior do Estado.


LAGOA ANAERÓBIA

Neste caso, as lagoas são profundas, entre 3 e 5 metros, para reduzir a penetração de luz nas camadas inferiores. Além disso, é lançada uma grande carga de matéria orgânica, para que o oxigênio consumido seja várias vezes maior que o produzido.  O tratamento ocorre em duas etapas. Na primeira, as moléculas da matéria orgânica são quebradas e transformadas em estruturas mais simples. Já na segunda, a matéria orgânica é convertida em metano, gás carbônico e água.


LAGOA AERADA
O processo necessita de oxigênio e a profundidade das lagoas varia de 2,5 a 4,0 metros. Os aeradores servem para garantir oxigênio no meio e manter os sólidos bem separados do líquido (em suspensão). A qualidade do esgoto que vem da lagoa aerada não é adequada para lançamento direto, pelo fato de conter uma grande quantidade de sólidos. Por isso, são geralmente seguidas por lagoas de decantação para remoção dos sólidos. 


BAIAS E VALAS DE INFILTRAÇÃO

Trata-se de um tratamento complementar que consiste na passagem do esgoto por um filtro instalado no solo, formado por pedregulho e areia.


FLOTAÇÃO
É um processo físico-químico, no qual uma substância coagulante ajuda na formação de flocos. Com isso, as partículas ficam mais concentradas e fáceis de serem removidas. Para ajudar no tratamento, a água é pressurizada, formando bolhas que atraem as partículas, fazendo com que elas flutuem na superfície. O lodo formado é removido e enviado para disposição final.




ESGOTO NÃO DOMÉSTICO 


Esgotos não domésticos são aqueles provenientes de processos comerciais ou industriais e diferente do tipo de efluente gerado em residências.

Este tipo de esgoto deve ser ter um destino adequado para evitar a contaminação de córregos, rios e represas, com sérios danos ambientais e implicações legais. A Sabesp possui infraestrutura para receber os esgotos não domésticos no sistema público e encaminhá-los às Estações de Tratamento. Nesta ação, a indústria ou comércio passa a responsabilidade pelo tratamento de seus esgotos para a Sabesp, com redução de custos operacionais e controle da poluição ambiental. 

Se a região onde a empresa/industria está localizada possuir sistema público de esgotos e a ligação for possível, ela deverá lançar seus resíduos no sistema. Caso contrário, a instituição deve armazenar os esgotos em suas dependências e enviá-losem caminhões a um Posto de Recebimento de Resíduos Líquidos da Sabesp nas cidades do Interior e Litoral paulista.  No caso específico da Região Metropolitana de São Paulo, há um empreendimento que atua em conjunto com a Sabesp: a Attend Ambiental que realiza o recebimento, pré - tratamento e posterior lançamento no sistema público de esgotos atendendo todos os padrões legais.



ÁGUA DE REUSO (ESTUDO DE CASO: SABESP)


Adotada pelos mais avançados sistemas mundiais, a tecnologia de reúso está entre as mais eficientes iniciativas para o consumo sustentável da água, resultando em grande economia de água bruta que deixa de ser retirada dos mananciais e maior disponibilidade de água tratada para o abastecimento da população.  A Sabesp iniciou de forma pioneira a prática de produção de água de reúso a partir de 1998, com a transformação da Estação de Tratamento de Esgotos convencional, ETE Jesus Netto, em uma estação para produção de água de reúso. 

Atualmente são produzidos, em média, 502 litros de água por segundo para fornecimento externo ou uso interno da Sabesp nas estações Jesus Netto, Barueri, Parque Novo Mundo, São Miguel e ABC, por meio do Aquapolo Ambiental. O empreendimento, parceria da Sabesp com o setor privado, utiliza os esgotos tratados da estação de tratamento ABC e, após processo adicional, produz água de reúso customizada para utilização no Polo Petroquímico da Região do Grande ABC, transportada por uma rede de aproximadamente 17 km.


ÁGUA DE REUSO PARA INDÚSTRIAS (ESTUDO DE CASO: SABESP)


A Empresa possui 7,8 km de redes exclusivas para fornecimento de água de reúso. Adicionalmente, decorrente de uma parceria com o setor privado, foi construído o Aquapolo Ambiental, que utiliza os esgotos tratados da Estação de Tratamento de Esgotos ABC, da Sabesp, e após tratamento adicional produz água de reúso customizada para utilização no Polo Petroquímico da Região do Grande ABC, transportada por uma rede de aproximadamente 17 km.  Trata-se do maior empreendimento para a produção de água de reúso industrial na América do Sul e quinto maior do mundo e aproximadamente 1 bilhão de litros de água por mês são destinados ao Polo Petroquìmico de Capuava, na região do ABC Paulista.



Crédito:
Site SABESP

Publicidade
Publicidade
Equipamentos - STADLER GmbH
Image Link Example Image Description

CONECTE-SE COM A GENTE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

NEWSLETTER

INVENTÁRIO|GEE

SIGA-NOS NO TWITTER

CONECTE-SE COM A GENTE